Educação de Jovens e Adultos (EJA) transforma vidas na Serra

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos

Educação de Jovens e Adultos (EJA) transforma vidas na Serra


Texto: Jéssica Romanha - Foto: Everton Nunes/Secom-PMS

Sabe aquelas placas que informam qual é a porta de saída ou os nomes das ruas e avenidas? Muitas pessoas, ainda sem instrução, passam pela dificuldade de não conseguir ler ou interpretar informações básicas como essas. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil ainda tem 11,3 milhões de analfabetos. Entre as pessoas com 60 anos ou mais, a taxa é de 18,6%, o mais alto percentual entre as faixas de idade.

Mas, se depender da animação da turma da EJA (Educação de Jovens e Adultos) da EMEF Feu Rosa, na Serra, os dados vão começar a melhorar. Isso porque não falta dedicação da turma e da equipe pedagógica para ensinar e criar aulas divertidas, como a de horta escolar para ensinar ciências.

De acordo com a professora Andréia Rocha, a frequência da turma tem sido muito boa e os alunos estão gostando da experiência da sala de aula. “Algumas pessoas não tiveram oportunidade de viver isso no passado, mas estão cheias de força de vontade de aprender agora. É um crescimento além do pedagógico, aqui eles fazem laços de amizade e expandem a interação social”.

O secretário de Educação, Gelson Junquilho, destaca a importância da educação como agente de transformação do ser humano. “A educação acolhe e transforma vidas. É o melhor instrumento de mudança. Através dela, o homem consegue compreender melhor o mundo e a si mesmo, além de aumentar suas chances de inserção no mercado de trabalho”.

Sem faltas

Aldine Pereira foi criada na roça e nunca tinha entrado na sala de aula. Mas agora, aos 63 anos, com muita garra e incentivo, decidiu se aventurar. “Não quero faltar nenhum dia de aula. Antes eu sentia vergonha por não saber ler, pois me atrapalhava com coisas simples como a placa do portão de saída”.

Trabalho em vez de estudo

Atenta a todos os detalhes, Eliane dos Santos, de 54 anos, na infância precisou largar os estudos para poder trabalhar. “Fiz a 1ª série, mas com muita dificuldade de aprender e precisando trabalhar. Então, não vi alternativa e larguei os estudos. Hoje, retorno para a sala de aula. Está sendo muito bom”, completou.

A obrigação virou prazer

Se antes ele se via obrigado pelo INSS a voltar aos estudos, para manter seu benefício e ter condições de se inserir no mercado de trabalho, agora, participar ativamente das aulas se tornou algo prazeroso e que traz resultados. “Estou gostando dos ensinamentos e de relembrar assuntos, principalmente de matemática”, contou Cláudio Santos, de 42 anos.

Aproveitando cada minuto

Para Adenir Maria de Souza, de 54 anos, voltar para a sala de aula tem possibilitado mais experiência e aprendizado. “As aulas de matemática têm me ajudado muito no dia a dia, por exemplo com o troco. Também estou fazendo aulas de inglês, educação física, arte e libras e me divertindo na horta escolar”, relatou.   

Aprender mais

Cheio de determinação, Eudes Pereira da Silva, 64 anos, resolveu entrar na EJA da EMEF Feu Rosa para aprender mais. Como interrompeu os estudos na 3ª série, resolveu voltar para a sala de aula para colocar as matérias em dia. “Gosto muito das aulas de matemática, que me ajudam a fazer contas de cabeça, e a mexer na horta. Até já plantei algo em casa também”.