Competir, treinar e ser mãe. Este é o desafio que algumas mulheres atletas precisam enfrentar quando o esporte é parte da rotina diária. Ser mãe e atleta significa dividir o tempo e a energia entre os treinos, competições e a responsabilidade de cuidar dos filhos. Experiências que exigem esforços, prazeres, conquistas e muito suor. 

Essa é a realidade da carateca Leidiane Cassimiro Rocha, de 28anos. Moradora de Jacaraípe, ela é beneficiária do Programa Serra Atleta e conta como concilia a rotina de treinos e os compromissos de mãe do pequeno Dominic de dois anos e 7 meses. A jovem explica que a parte mais difícil de ser atleta é ficar longe do filho."Sou mãe solo e não tenho rede de apoio. Então ele virou meu parceiro de trabalho e treino. Sempre que posso ou tenho recursos, levo para as competições, mas quando não consigo, ele fica com o pai. Quando estou longe, conto os dias para vê-lo", explica a atleta.

Leidiane coleciona algumas conquistas em competições importantes como títulos em opens nacionais, terceiro lugar na fase final do campeonato Brasileiro de 2023 e o terceiro lugar no ranking nacional. 

Outra atleta que também vivencia os desafios entre trabalhar fora, treinar e ser mãe é a atleta Paula Pizetta, de 40 anos. Contemplada pelo programa Serra Atleta, Paula iniciou bem nova no esporte com mais de 20 anos dedicados  ao handebol, até que uma lesão no joelho afastou a atleta das quadras. "Em 2021, a bike entrou na minha vida — ou talvez tenha sido o contrário. Desde então, ela me cura, me fortalece e me desafia todos os dias.

Em 2024, a atleta conquistou o título de Campeã Estadual de XCO que é uma modalidade de Mountain Bike. Além de empresária e estudante, Paula é mãe da Alice, que  também segue os passos da mãe atleta. " Ser mãe e atleta é uma jornada de amor, entrega e superação. Não é fácil equilibrar treinos, trabalho e estudos. Mas quando você faz tudo com propósito, cada sacrifício vira combustível para seguir em frente", destaca emocionada.

Os desafios de ser mãe atleta no país são inúmeros. No Brasil, menos de 10% das atletas que foram medalhistas olímpicas tinham filhos quando subiram ao pódio.O país acumula 37 medalhas olímpicas femininas, sendo compartilhadas por 123 mulheres (número maior devido aos esportes por equipes). Deste total, apenas dez já eram mães quando subiram ao pódio. Outras 44 tiveram filhos após a conquista das medalhas.

"Todo o nosso reconhecimento as nossas atletas mamães guerreiras que se desafiam todos os dias com propósito de realizar seus sonhos de atleta e desempenham ainda o papel da maternidade. Com certeza a história de superação de nossas atletas são inspirações para futuras atletas", afirma o secretário de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer, Anderson Madeira.