Julho Amarelo: Fórum reúne profissionais da Saúde da Serra para discutir eliminação das hepatites virais
VIII Fórum Municipal reuniu profissionais da saúde para debater estratégias de prevenção, diagnóstico e eliminação das hepatites no Brasil

Texto: Amanda Drumond
- Foto: Amanda Drumond
Os profissionais da saúde da Serra se reuniram, nesta sexta-feira (11), para discutir estratégias de eliminação das hepatites virais. Esse foi o tema central da 8ª Edição do Fórum Municipal de Hepatites Virais no Brasil, promovido pela Secretaria de Saúde da Serra, por meio do Centro de Testagem e Aconselhamento/Serviço de Atendimento Especializado (CTA/SAE), no auditório do Hospital Materno Infantil da Serra (HMMIS).
A escolha do mês de julho para a realização do evento é estratégica, já que, desde 2019, o Ministério da Saúde dedica o Julho Amarelo à conscientização, prevenção e combate às hepatites virais.
Participaram da mesa de abertura o secretário de Saúde da Serra, Diogo Cosme; o diretor técnico do HMMIS, Eduardo Soares; a gerente do CTA, Kênia Maria Rolim; o coordenador estadual de IST/Aids e Hepatites Virais da Sesa, Dr. Marcelo Leal; e o ponto focal da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV/Aids (RNP+), Daniel Sathler.
Diogo Cosme abriu o evento agradecendo pela oportunidade e destacando a relevância do Fórum. “Este evento reforça o compromisso da Secretaria de Saúde da Serra com a promoção da saúde, a prevenção e o cuidado com a nossa população. As hepatites virais ainda representam um desafio significativo para a Saúde Pública, e é nosso dever, enquanto gestores e profissionais, seguir buscando caminhos para superar esse desafio, com informação, diagnóstico precoce e garantia de tratamento”, afirmou.
A programação seguiu com a apresentação das ações municipais voltadas para as hepatites virais, conduzida pela gerente Kênia Rolim e pela referência técnica do CTA/SAE, Idalene Oliveira, que destacou o monitoramento local das doenças.
As hepatites B e C foram tema da palestra da médica gastroenterologista e hepatologista Adriana Bravim, que abordou sintomas, formas de transmissão, prevenção e tratamento, ao lado do coordenador estadual Dr. Marcello Leal, responsável por explicar a ficha de notificação e a imunização para hepatite B.
Para encerrar, Idalene Oliveira apresentou o Guia para a Eliminação das Hepatites Virais no Brasil, destacando os esforços necessários para alcançar essa meta no cenário nacional.
“É muito importante ver tantos profissionais reunidos para discutir um tema que ainda impacta tantas vidas. A participação de cada um aqui faz a diferença, porque são vocês que estão na linha de frente, no contato direto com os pacientes. Com mais informação e preparo, conseguimos diagnosticar mais cedo, tratar melhor e acolher quem convive com as hepatites virais. Fortalecer esse cuidado é essencial para avançarmos na eliminação dessas doenças”, finalizou Kênia.
Hepatites Virais
A hepatite é uma inflamação no fígado que pode ter diferentes causas, como infecções virais, uso de determinados medicamentos, consumo excessivo de álcool e outras drogas. A doença também pode estar relacionada a fatores autoimunes, metabólicos ou genéticos.
Gerente do CTA/SAE, Kenia Maria Rolim explica que, no Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas por diferentes tipos de vírus, classificados pelas letras A, B, C (leia mais sobre cada uma no fim do texto). Cada uma delas possui formas distintas de transmissão, prevenção e tratamento.
“Elas são doenças silenciosas que, muitas vezes, não apresentam sintomas, o que torna o diagnóstico precoce um grande desafio. Por isso, é fundamental que as pessoas façam os exames regularmente, pois, quando não tratadas, essas infecções podem evoluir e causar danos graves ao fígado, como cirrose ou até mesmo câncer hepático”, explicou.
Atualmente, a população da Serra conta com testes rápidos para a detecção das hepatites B e C, e vacina para o tipo B, disponíveis em todas as 39 unidades de saúde do município, sem agendamento, mas seguindo o horário de cada sala de vacina. Embora a hepatite B não tenha cura, a vacina que protege contra a infecção é oferecida já nas primeiras horas de vida dos bebês.
Ao todo, são três doses: uma aplicada nas primeiras 12 horas de vida do recém-nascido, a segunda 30 dias depois e a terceira 180 dias depois da primeira. Caso a pessoa não tenha tomado o imunizante na infância, ela também pode se vacinar contra a doença.
“Já a hepatite C ainda não possui vacina, mas, graças aos avanços da medicina, existem tratamentos eficazes que possibilitam a cura da doença”, complementou Kenia.
A vacina contra a Hepatite A também é ofertada pela Saúde da Serra, mas apenas para crianças de 15 meses até menores que 5 anos. Fora dessa faixa etária, no SUS, apenas podem se vacinar grupos específicos como portadores de hepatopatias crônicas, pessoas vivendo com HIV/AIDS ou fibrose cística.
A secretaria também possui um Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que permite acesso ao aconselhamento e ao diagnóstico precoce das infecções pelo HIV, IST e Hepatites Virais com atendimento espontâneo e encaminhado, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h30.
Para ser atendido, basta ter acima de 14 anos, caso tenha dúvidas sobre sua sorologia ou que necessite de tratamento para HIV/AIDS, outras IST e Hepatites Virais. Importante ressaltar que menores de idade precisam estar acompanhados de um responsável.
Tipos de Hepatite
Hepatite A: É o tipo mais comum e está diretamente ligada a questões de saneamento básico e higiene. Costuma ser uma infecção leve, com recuperação espontânea. A prevenção é feita com vacina.
Hepatite B: É a segunda forma mais frequente e sua principal via de transmissão é sexual ou pelo contato com sangue contaminado. A maneira mais eficaz de prevenção é a vacinação, associada ao uso de preservativos.
Hepatite C: A principal forma de contágio é pelo contato com sangue. Trata-se da maior epidemia viral do mundo na atualidade, com números cinco vezes superiores aos da AIDS/HIV. A hepatite C é a principal causa de transplante de fígado e, se não tratada, pode evoluir para cirrose, câncer hepático e até levar à morte. Não existe vacina.