Ela é dona de uma incrível vontade de viver e é um exemplo de força e superação. Marciane Pereira dos Santos, 38 anos, é a nossa homenageada neste Dia Internacional da Mulher, pois sua história é como a de muitas serranas que lutam diariamente e superam obstáculos.  

Marciane teve o corpo incendiado pelo ex-marido na casa onde morava, no bairro Jardim Tropical, na Serra, no dia 8 de setembro de 2018. Ela quase perdeu a vida, ficou 151 dias internada em um hospital. Nesse processo, fez diversas cirurgias para reconstituição da pele do corpo.

O caminho para recuperação ainda é longo, porque a diarista ainda terá de fazer diversas cirurgias e faz fisioterapia toda semana. Mas o que poderia ser somente uma história triste de tentativa de feminicídio se transformou em um exemplo de coragem e alegria de viver.

Marciane fez da sua trajetória um motivo para alertar a sociedade sobre a importância do combate à violência contra a mulher. Ela divulga em suas redes sociais mensagens de alerta contra a violência doméstica e também de incentivo para as mulheres. “Eu sempre digo: se acontecer com você não se cale, não sinta vergonha. Você é uma sobrevivente, uma mulher vitoriosa”, comenta.

"Eu falo para as pessoas: 'não desista, independentemente da situação, da luta, seja uma doença, um desemprego, ainda há uma esperança”, acrescenta. Ela também aconselha as mulheres a procurar ajuda. “Eu sei bem que o medo existe, mas não se esconda, tem de lutar, temos hoje órgãos que podem nos ajudar. Chega de sofrer sozinha”, alerta.

Marciane é uma das convidadas que irá falar no evento da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (Seppom) que acontece no dia 13, no Parque da Cidade, em Laranjeiras. Ela vai contar um pouco da sua história e como vem superando esse terrível acontecimento.

 A titular da Seppom, Luciana Malini, comenta que quando conheceu Marciane ficou impressionada com a trajetória da diarista. “A capacidade de resiliência emocional dela é contagiante. Sua determinação pela vida a protegeu nessa trágica história de violência doméstica. Ela hoje para mim é um modelo de autoestima na vida” comenta.