Serra alcança três meses sem registros de feminicídio

Entre fevereiro e abril de 2025, a cidade não teve registro de feminicídios. Saiba como denunciar e buscar apoio.

Serra alcança três meses sem registros de feminicídio


Texto: Jonathas Gomes - Foto: Willian Alcântara

A Serra completou três meses consecutivos sem registros de feminicídio, entre fevereiro e abril deste ano. O dado representa um marco positivo no combate ao feminicídio e reflete o trabalho estratégico e integrado das forças de segurança e das secretarias da Prefeitura da Serra e do Governo do Estado. 

Os dados são do Observatório da Segurança Pública da Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp). Entre as iniciativas de destaque para a redução do número de feminicídios, estão políticas destinadas a suporte psicossocial e a orientação jurídica, além de ações em colaboração com a Guarda Civil Municipal (GCM) da Serra, com as redes de proteção estadual e de encaminhamentos de serviços sociais, educação e saúde.

A vice-prefeita e secretária de Defesa Social da Serra, Gracimeri Gaviorno, ressalta que o município vem fortalecendo, ao longo dos últimos anos, políticas voltadas à prevenção e ao acolhimento das mulheres em situação de violência. Ela reafirma o compromisso de articular ações integradas e intersetoriais para continuar avançando nos índices de segurança.

“Esse resultado nos encoraja a seguir firmes no enfrentamento à violência de gênero. Estamos investindo em políticas públicas que acolham, orientem e protejam as mulheres, porque cada vida preservada é uma conquista para toda a sociedade”, destaca. 

A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres da Serra, Lilian Mota, pontua que essa conquista é fruto de um trabalho coletivo, construído em diálogo com o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher e fortalecido por meio da rede de proteção local. Para ela, a redução dos feminicídios reflete o impacto social de políticas públicas comprometidas com a vida.

“Nosso compromisso é com a vida das mulheres e com a construção de uma sociedade mais justa e segura. Esse resultado é fruto do trabalho contínuo da rede de enfrentamento à violência, que envolve diversos setores, instituições e, principalmente, as mulheres. Trabalhamos para garantir que nenhuma mulher enfrente a violência sozinha, e o acesso à informação, acolhimento e proteção é fundamental para romper o ciclo da violência”, explica.

Ações
A Prefeitura da Serra tem ampliado os serviços de apoio voltados às mulheres em situação de violência. Um dos principais equipamentos oferecidos é o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramvis), que presta suporte psicossocial, orientação jurídica e encaminhamento para abrigos nos casos em que há risco de morte.

O município também passou a oferecer auxílio para transporte intermunicipal e interestadual, garantindo uma alternativa segura para que vítimas de violência de gênero possam deixar locais onde correm risco. As mulheres em situação de violência também estão incluídas entre os beneficiários do aluguel social, no valor de R$ 650. O benefício é pago diretamente ao proprietário do imóvel alugado.

Além disso, a rede socioassistencial da Serra é composta por 11 Centros de Referência de Assistência Social (Cras), que atendem famílias em situação de vulnerabilidade social, e dois Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas), que atuam no atendimento às famílias que se encontram com direitos violados. Esses equipamentos contribuem para a garantia de direitos e realizam articulação com a rede de proteção à mulher, fortalecendo a função protetiva e de prevenção da violência contra a mulher. 

Como denunciar?
A Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180 é um serviço de utilidade pública essencial para o enfrentamento à violência contra as mulheres. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. A Polícia Militar também pode ser acionada pelo telefone 190.

Como buscar apoio na Serra?
Um dos principais serviços de apoio da Prefeitura da Serra às vítimas de violência doméstica é o Centro de Referência de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (Cramvis). O local oferece suporte psicossocial, orientação jurídica e encaminhamento para abrigos em casos de risco de morte. O atendimento pode ser agendado ou feito por demanda espontânea. Além disso, o centro insere as mulheres em cursos de capacitação profissional, com foco na autonomia financeira e no retorno ao mercado de trabalho. O Cramvis funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 18 horas, e aos sábados, das 8 às 12 horas, na Rua Maestro Antônio Cícero, 79, em Caçaroca. Os contatos são (27) 3328-7500 e (27) 99836-2909, este também disponível por WhatsApp.