Estudantes da Serra participam de conversa e oficina com paneleiras de Goiabeiras
Vivência cultural levou saberes ancestrais para sala de aula na Serra
Texto: Elton Lyrio
- Foto: Divulgação
Estudantes da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Aureníria Correa Pimentel, em Novo Horizonte, vivenciaram uma experiência única com o patrimônio cultural capixaba.
Realizada na última terça-feira (11), a vivência cultural afetiva “Sou filha de paneleira, não nego o meu natural” trouxe, para dentro da escola, as tradições do ofício das paneleiras de Goiabeiras, em Vitória, primeiro patrimônio cultural imaterial do Espírito Santo registrado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As paneleiras Jenette Alves Rodrigues, de 86 anos, Berenícia Correa Nascimento, de 68 anos, Jamilda Alves Rodrigues Bento, de 62 anos, e a pedagoga Débora Alves Rodrigues compartilharam com os estudantes do 8º ano os saberes ancestrais de uma tradição que existe há mais de 400 anos.
Durante a atividade, os participantes conheceram todo o processo de produção das panelas de barro, desde a extração do barro no Vale do Mulembá até o uso do tanino extraído da casca do mangue vermelho.
"Esta vivência permite que nossos estudantes compreendam a riqueza cultural do Espírito Santo e valorizem os saberes tradicionais que fazem parte da nossa identidade", destacou a diretora da unidade, Susan Viana. Ela explica que a atividade incluiu contextualização histórica, contação de histórias e oficina prática de modelagem, onde crianças e adolescentes puderam experimentar o "embarreamento das mãos" sob orientação das mestras paneleiras. “Mais do que ouvir sobre esse importante patrimônio, eles puderam vivenciar parte desse processo na prática, com a mão na massa”, completa Susan.
O conhecimento sobre o ofício das paneleiras já foi tema de questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2014 e 2022, demonstrando a relevância educacional dessa tradição. A vivência também apresentou outras expressões culturais relacionadas, como a banda de congo Panela de Barro de Goiabeiras e as tradicionais cantigas de roda, ampliando o repertório cultural dos estudantes da rede municipal de ensino.